[en] FINANCIAL CONSTRAINTS, SELF-SELECTION AND BRAIN EFFECT: TWO ESSAYS ON MIGRATION
[pt] RESTRIÇÃO DE CRÉDITO, AUTO-SELEÇÃO E BRAIN EFFECT: DOIS ENSAIOS SOBRE MIGRAÇÃO
Descrição
[pt] A literatura econômica que estuda migração sempre esteve preocupada com o impacto da migração sobre o bem-estar, seja na forma de imigração ou na forma de brain drain. Os dois artigos que compõem esta tese estão relacionados a este tema. Apesar do modelo de Roy concluir que os emigrantes são negativamente selecionados se a taxa de retorno à educação é maior na economia de origem, os trabalhos empíricos encontram evidências de emigrantes positivamente selecionados. O primeiro artigo utiliza um modelo para argumentar que se o mercado de crédito é imperfeito, tanto investimentos em educação como a decisão de emigração dependem da riqueza inicial do agente. Isto permite explicar a controvérsia entre a literatura teórica e empírica e o porquê da classe média ser aquela com maior mobilidade em alguns países. A segunda parte da tese está diretamente relacionada à literatura de beneficial brain drain. Os trabalhos nessa área argumentam que a possibilidade de um trabalhador educado de emigrar para outro país que remunera melhor sua mão-de-obra qualificada aumenta a taxa de retorno à educação na economia de origem e conseqüentemente os investimentos em capital humano. O artigo utiliza como experimento a construção de Palmas, capital do Tocantins, para investigar esta hipótese. Os resultados empíricos encontrados a partir dos microdados dos Censos de 1991 e 2000 indicam uma relação negativa entre investimentos em educação e a distância rodoviária até a capital - usada como proxy dos custos de emigração - para o período posterior à fundação de Palmas e uma relação nula para o período anterior. As evidências são interpretadas como favoráveis à existência do brain effect, uma vez que o aumento na escolaridade foi maior para os indivíduos que mais se beneficiaram com a construção da capital.[en] The Economic literature which studies migration has always been concerned about its impact on welfare. Two different lines of research in this field focus on impacts of immigration and brain drain. The two articles which comprise the thesis are related to these subjects. Although Roy s model claims that emigrants are negatively self- selected if the rate of return is higher in the origin economy, empirical works have found positively selected emigrants. The first article uses a model to argue that both investments in education and the decision to emmigrate depend on wealth if credit markets are imperfect. This argument allows us to explain the controversy between the theoretical and empirical literature as well as why the middle-class is the most mobile one in some countries. The second part of the thesis is directly related to the beneficial brain drain literature. Works in this field claim that the possibility for an educated worker of emmigrating to another country in which skilled labor is better paid raises the rate of return to education in the origin country and consequently the investments in human capital. The article uses as an experiment the creation of Palmas, a state capital in Brazil, to investigate this hypothesis. The empirical results obtained from microdata evidence a negative relation between investments in human capital and the distance to the capital-used as a proxy to emmigration costs-in the period after the creation of the capital and no relation in the period before. Those findings are interpretated as favorable to the brain effect hypothesis, once the increase in education was greater for individuals who benefited the most from the foundation of the capital.