[en] COMPETITIVE ADVANTAGE SUSTAINABILITY OF A FIRM IN VOLATILE ENVIRONMENT PETROBRAS OIL EXPLORATION AND PRODUCTION IN BRAZIL
[pt] SUSTENTABILIDADE DE VANTAGEM COMPETITIVA DE UMA EMPRESA EM UM MEIO AMBIENTE EM TRANSIÇÃO: FOCO NO SEGMENTO DE EXPLORAÇÃO E PRODUÇÃO DA PETROBRAS NO BRASIL
Descrição
[pt] A sustentabilidade de vantagem competitiva de uma empresa pode ser analisada por modelos dinâmicos integrativos, considerando-se aspectos estruturais do setor industrial, recursos e competências da firma. Porém, quando os distúrbios no ambiente empresarial são de grande magnitude, esses modelos podem não ser suficientes para explicar o que está ocorrendo e qual estratégia a empresa deve seguir para assegurar sua vantagem competitiva. O meio ambiente empresarial no setor de petróleo, no Brasil, vem passando por distúrbios nos moldes preconizados por Schumpeter (1934, 2000), ou seja, um contexto em que as alterações só podem ser imperfeitamente previstas pelas firmas. Nesse contexto, aquilo que ora foi válido e adaptado, provendo resultados competitivos vantajosos para a empresa, pode deixar de sê-lo, trazendo conseqüências nefastas para o desempenho da mesma. Como as estratégias são elaboradas desenhando situações futuras e como nesse tipo de ambiente essas previsões têm validade bem limitada, sua aplicabilidade fica comprometida. Assim, surge a indagação: que fatores podem levar à sustentabilidade da vantagem competitiva de uma firma em um contexto de grandes mudanças? Dentro dessa conjuntura, o segredo dessa sustentabilidade pode estar ligado não simplesmente às competências, ou ao posicionamento estratégico da firma, mas, principalmente, ao reflexo da imperfeita adaptação da mesma ao meio ambiente empresarial e, conseqüentemente, da percepção da necessidade de mudança, de aprendizado e de flexibilidade organizacional. Adotando uma abordagem com elementos sistêmicos da firma, centrada na conversação estratégica, que enfatiza a necessidade de diálogo e aceitação do pensamento dissidente do dominante, foi proposto um arcabouço de trabalho inspirado nas idéias de Argyris (1991), Brown & Eisenhardt (1998), De Geus (1997), Senge (1994) e Van der Heijden (1998), que destaca os seguintes fatores críticos para a sustentabilidade de vantagem competitiva em ambientes em transição: sensibilidade ao meio ambiente, capacidade de aprendizado e de flexibilidade organizacionais. Utilizando-se o método de estudo de caso, aplicado à Petrobras no segmento E&P, procurou-se verificar quão explícitos na empresa estão fatores, críticos para a sustentabilidade de vantagem competitiva, considerando seu ambiente em contínua transição. Da análise do padrão de respostas obtido na pesquisa, bem como da observação da dinâmica da empresa nesse período, foi possível concluir que os fatores enfatizados no arcabouço de trabalho estão presentes na empresa. Porém, parte dos mesmos ainda permanece latente, muito em razão da transição organizacional sofrida recentemente pela Petrobras ainda não estar consolidada. A pesquisa permitiu identificar um outro fator crítico para o sucesso da empresa na fase pós-transição: sua capacidade de aceitar o pensamento dissidente e dele retirar aquilo que não é percebido pelo perfil dominante, especialmente sinais ambientais fracos. De fato, dentro do contexto de consolidação da transformação organizacional recém implementada na Petrobras, observou-se que ainda existe espaço para uma maior aceitação do pensamento dissidente.[en] The sustainability of the competitive edge of a company can be analyzed by integrative dynamic models, taking into consideration structural aspects of the industrial sector and the company`s resources and its competence. However, when disturbances in the business environment are of substantial magnitude, such models may not be enough to explain what is happening and what strategy the company must pursue to ensure its competitive advantage. The business environment in the Brazilian petroleum sector has been undergoing disturbances of the form proclaimed by Schumpeter (1934, 2000), that is to say, in a context in which companies can only imperfectly predict alterations. In this context, that which was valid and adapted, up to now, to provide advantageous competitive results for a company, can no longer be so, bringing tragic results for its performance. Since the strategies are devised by drafting out future situations, and since such predictions have a very limited validity in this type of environment, applicability becomes compromised. The question then arises: what factors can lead a firm to sustainability of competitive edge in a context of great changes? Within such a situation, the secret of sustainability might not be merely linked to a company`s competence or to strategic maneuvering, but could be mainly connected with the indirect influence of its less-than- perfect adaptation to the business environment and, as a consequence, with its perception of the need to change and to learn, and with its organizational flexibility.In adopting a systemic approach to the company, centered on strategic conversation, which emphasizes the need for dialogue and accept ance of thinking that is dissident to predominant ideas, a study framework was proposed inspired by the ideas of Argyris (1991), Brown & Eisenhardt (1998), De Geus (1997), Senge (1994) and Van der Heijden (1998), which points out the following critical factors for sustainability of competitive edge in an environment in transition: a sensitive concern for the business environment; a capacity for learning; and organizational flexibility. Using the case study method, applied to the E&P segment of Petrobras, one sought to identify critical factors for sustainability of the competitive edge of the company, with due consideration of its continually-changing business environment. From an analysis of the standard of replies obtained in the survey, and also from observing the dynamics of the company during the survey period, it was possible to conclude that the factors emphasized in the study framework are present in the company. However, some of those factors are still latent, very much due to fact that the organizational transition recently undergone by Petrobras is not yet consolidated. The research survey enabled identification of one other factor critical to the success of the company in the post-transition phase: its capacity for accepting dissident thinking and being able to extract from it what is not perceived by the dominant profile, especially weak environmental signs. Indeed, within the context of consolidating the organizational transformation recently implemented at Petrobras, one can see that space still exists for a greater acceptance of dissident thinking.