The Girl, the Forest, the Wind and All the Memory in the World. Sensory Paths in Paz Encina’s EAMI
La niña, el bosque, el viento y toda la memoria del mundo. Recorridos sensoriales en EAMI, de Paz Encina;
A menina, a floresta, o vento e toda a memória do mundo. Passeios sensoriais em EAMI, de Paz Encina
Descripción
EAMI, the fourth feature film by Paz Encina, introduces an ethical interest in the construction of a memory already present in Encina´s previous films, but here it assumes a cosmopolitics that redefines the relationships between humans and the more than human. In its ways of accounting for the extractivist advance, the territorial dispossession and the extermination of the Ayoreo world, EAMI problematizes the dichotomy between fiction and documentary not only because the testimonies and recreations that it stages speak the language of that community, but also because they follow their worldview, their understanding of time and space. Based on recent studies on new materialisms and affect, reflections on Amerindian ontologies and visual anthropology, this essay aims to discuss the ways in which this documentary rearticulates the order of the sensible to delimit the order of what matters. If the decapitation of the forest is also the destruction of their common forms of understanding, EAMI’s act of memory seeks to create a sensory atmosphere and a temporality that makes it possible to broaden the audience for this loss. Inscribed in its formal language, the film assumes the denunciation of the Ayoreo and tries to subdue our (in)sensitivity of coñone (the term with which that community refers to all outsiders as "the insensitive") to make us participate in the suffering of another people.EAMI, el cuarto largometraje de Paz Encina, recupera el interés ético de la directora paraguaya en la construcción de una memoria ya presente en sus películas previas, pero asume aquí una cosmopolítica que redefine las relaciones entre humanos y no humanos. En sus modos de dar cuenta del avance extractivista, el despojo territorial y el exterminio del mundo ayoreo, EAMI problematiza la dicotomía entre ficción y documental no solo porque los testimonios y las recreaciones que pone en escena hablan la lengua de esa comunidad, sino porque se ajustan a su cosmovisión, su comprensión del tiempo y del espacio. A partir de estudios sobre nuevos materialismos y afecto, las reflexiones sobre ontologías amerindias y la antropología visual, este ensayo busca discutir sobre los modos en que este documental Paz Encina rearticula el orden de lo sensible para delimitar el orden de lo que importa. Si la decapitación de la floresta es también la de sus formas comunes de entendimiento, el acto de memoria de EAMI busca crear una atmósfera sensorial y una temporalidad que haga posible ampliar la audiencia para ese duelo. Desde la puesta en escena, Encina asume la denuncia de los ayoreo e intenta doblegar nuestra (in)sensibilidad de coñone (el término con el que esa comunidad se refiere a todos los forasteros como “los insensibles”) para hacernos partícipes del sufrimiento de un pueblo otro.
EAMI, quarto longa-metragem de Paz Encina, recupera o interesse ético da diretora paraguaia na construção de uma memória já presente em seus filmes anteriores, mas aqui assume uma cosmopolítica que redefine as relações entre humanos e mais que humanos. Em suas formas de dar conta do avanço extrativista, da desapropriação territorial e do extermínio do mundo Ayoreo, EAMI problematiza a dicotomia entre ficção e documentário não apenas porque os depoimentos e recriações que encena falam a linguagem daquela comunidade, mas também porque eles se encaixam em sua visão de mundo, sua compreensão de tempo e espaço. A partir de estudos sobre novos materialismos e afetos, reflexões sobre ontologias ameríndias e antropologia visual, este ensaio busca discutir as maneiras pelas quais este documentário de Paz Encina rearticula a ordem do sensível para delimitar a ordem do que importa. Se a decapitação da floresta é também a decapitação de suas formas comuns de compreensão, o ato de memória em EAMI busca criar uma atmosfera sensorial e uma temporalidade que possibilite ampliar o público para esse duelo. A partir da encenação, Encina assume a denúncia de Ayoreo e tenta subjugar nossa (in)sensibilidade de coñone (o termo com que aquela comunidade se refere a todos os forasteiros como “os insensíveis”) para nos fazer participar do sofrimento de um outro povo.