dc.description.abstract | O setor bancário no Brasil enfrenta um cenário de crescente competitividade e expansão dos volumes de crédito. Além disso, os recursos são escassos e a decisão entre alocá-los em um produto ou outro representa um importante trade-off para os gestores, reforçando o uso de ferramentas robustas para a tomada de decisão que levem em consideração o risco para maximizar os retornos. O objetivo deste trabalho foi analisar o retorno ajustado ao risco para o setor bancário por meio do modelo RAROC baseado em três perspectivas: RAROC Regulatório, Econômico e Projetado. O banco de dados utilizado foi fornecido por uma instituição financeira e contém dados para os dois principais produtos (Crédito Consignado e Capital de Giro), bem como variáveis macroeconômicas. Este trabalho contribui à literatura ao propor uma nova abordagem que permite medir a rentabilidade estratificada no portfólio do banco e, além disso, projetar seus valores. Metodologicamente, um modelo Value at Risk (VaR) com Simulações de Monte Carlo foi utilizado para o RAROC Econômico, um modelo de Vetores Autoregressivos (VAR) para a Projeção e uma abordagem histórica para o Regulatório. Através do RAROC Regulatório, uma análise ex-post, mês a mês, revela que o Crédito Consignado teve retorno de 8,13%, em média, com valores positivos e superiores aos de mercado ao longo de todo o período, enquanto o Capital de Giro apresentou retorno de 4,03%, porém um resultado que flutuou bastante com vários pontos negativos. Além do mais, o Capital Econômico calculado para o Crédito Consignado foi substancialmente menor que o Regulatório, enquanto no Capital de Giro foi o inverso, reforçando que o primeiro apresentaria um retorno muito maior ao otimizar o capital alocado (de 6,87% para 45,75% em 2019M06), destacando a relevância de um modelo interno. Finalmente, o RAROC Projetado permite uma decisão prospectiva ex-ante e os resultados revelam que, em um cenário futuro de 12 meses, o Crédito Consignado retornaria 9,31% em média, enquanto o Capital de Giro apresentaria 1,29%, confirmando que o primeiro produto continuará a remunerar adequadamente o capital investido, enquanto o segundo tem potencial de retorno, porém sem medidas que alterem o cenário projetado atual, o produto não se apresenta como um bom investimento de capital. Para concluir, os testes gerais revelam que os modelos tiveram um bom desempenho e trazem resultados inovadores que contribuem satisfatoriamente para uma gestão estratégica focada em riscos. | pt_BR |